data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Gabriel Haesbaert (Diário)
A região de Santa Maria passou a ser classificada com a bandeira vermelha no sistema de Distanciamento Controlado. Segundo o Estado, a classificação significa risco alto para o contágio do coronavírus. Até a manhã de domingo, prefeitos podem apresentar recursos ao governo estadual e alegar possíveis erros nos dados e uma reconsideração de bandeira. É o que deve acontecer em relação a Santa Maria, conforme o prefeito Jorge Pozzobom (PSDB).
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Pozzobom acredita que também tenha colaborado para isso o fato de Santa Maria e a região terem tido uma elevação significativa junto aos índices de ocupação de leitos de UTI. Um dos pontos apontados pelo governo estadual é justamente este: os leitos de UTI livres caíram de 49 para 36.
- O governador Eduardo Leite destinou 10 leitos de UTI para o Regional. E estamos tratando de viabilizar a operacionalização deles. Acontece que, hoje, temos sete leitos ocupados. Deste número, o quadro é o seguinte: dois internados são de Cachoeirinha, um é de Campo Bom, um do Novo Hamburgo, um de Gravataí, e, um, de Canoas. E apenas um internado é de Santa Maria. Ou seja, estamos sendo penalizados por uma situação que não é a nossa. Estamos desde o início, deste irretocável modelo de distanciamento controlado, na bandeira laranja. Mas em função da vinda de pacientes de outras regiões para Santa Maria, corremos o sério risco de ir para a bandeira vermelha. Foi decidido pelo Governo do Estado que pacientes que não são da região de Santa Maria não seriam computados para questões de índice de bandeira. Não vamos aceitar isso e vamos recorrer dessa decisão - afirma o prefeito.
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COMÉRCIO
As entidades ligadas ao comércio de Santa Maria também demonstraram descontentamento com a classificação. A presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Marli Rigo, se disse "chocada como a grande maioria dos santa-marienses". Segundo ela, a classe dos comerciantes estava tranquila por saber que "pelos dados, não estaríamos na bandeira vermelha".
- A gente sabe que o prefeito está agindo e que ele tentou e está tentando tudo que está ao alcance dele. O que posso dizer é que, nesse momento, devemos manter a tranquilidade e serenidade. No sábado pela manhã teremos uma reunião para avaliar os dados efetivos e tentar provar que podemos seguir na bandeira laranja. Caso se mantenha na bandeira vermelha, Santa Maria sofrerá com a morte lenta das empresas. A dor de todos é a mesma minha. Uma cidade movida a comércio, esse setor que tanto fez para seguir todos os protocolos de prevenção. Não é justo pagarmos esse preço - afirma.
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O presidente da Câmara de Comércio e Indústria de Santa Maria (Cacism), Luiz Fernando Pacheco, classifica a bandeira como "uma vergonha". Para ele, o cenário a partir da classificação do Distanciamento Controlado pode ser de empresas fechadas e aumento do desemprego.
- Só aqui no Rio Grande do Sul que a gente precisa brigar para trabalhar. Brigar com o próprio governo, que sabe cobrar impostos. Se não conseguirmos reverter isso, teremos um cenário de empresas fechadas e aumento do desemprego. Já temos mais de 10 mil desempregados durante a pandemia, e isso pode aumentar. Resultado de uma política do governo do estado que não se alinha com o governo municipal, mesmo sendo do mesmo partido. O governo do estado não se esforça por nós. É uma situação complicada e difícil. É uma penalização a quem se cuida e faz seu trabalho de maneira correta - fala.
Além de Santa Maria, oito regiões apresentaram piora nos indicadores com relação à semana anterior: Cruz Alta, Erechim, Lajeado, Ijuí, Santa Cruz do Sul, Santa Rosa, Santo Ângelo e Uruguaiana saíram da bandeira laranja para a vermelha, juntando-se a Porto Alegre, Canoas, Cachoeira do Sul, Capão da Canoa, Caxias do Sul, Novo Hamburgo, Palmeira das Missões, Passo Fundo e Taquara, que já estavam com risco alto.
Com isso, 469 municípios (do total de 497) estarão preliminarmente classificados em bandeira vermelha, somando 10.273.823 habitantes, ou seja, 91% da população gaúcha (11.329.605 habitantes).